Entre os anos de 2012 e 2024, o Brasil registrou 8,8 milhões de acidentes de trabalho e cerca de 32 mil mortes entre trabalhadores com carteira assinada, com base nos registros do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Estima-se que, no setor formal, ocorre uma morte relacionada ao trabalho a cada 3,5 horas. No mesmo período, houve um aumento nos afastamentos por transtornos mentais ligados ao trabalho.
Os benefícios por incapacidade temporária por esse motivo mais do que dobraram entre 2022 e 2024, saltando de 201 mil para 472 mil (crescimento de 134%). Considerando os afastamentos em geral, os episódios depressivos lideram com 25,6%, seguidos por ansiedade (20,9%) e depressão recorrente (12,0%). Esses afastamentos impactam diretamente a produtividade e a organização das equipes. Além disso, a alta incidência pode prejudicar a imagem da empresa no mercado, dificultando a atração de talentos e a manutenção de parcerias.
A saúde mental deve ser prioridade nas empresas, com ações como apoio psicológico, escuta ativa e avaliações periódicas do ambiente de trabalho para identificar e corrigir riscos, inclusive psicossociais. Cada trabalhador também pode exercer um papel importante: estar atento a si mesmo, acolher o colega com empatia e buscar ajuda quando necessário são atitudes que fortalecem um ambiente mais saudável e humano. Procurar ajuda não é sinal de fraqueza, e sim de coragem.
“É preciso internalizar que o investimento em saúde é um ganha-ganha para as pessoas, para as famílias, para as empresas e a sociedade como um todo. O investimento na promoção da saúde mental beneficia toda a sociedade, porque promove ambientes de trabalho seguros e saudáveis, minimiza a tensão e os conflitos e melhora a fidelização do quadro de pessoal e o rendimento e a produtividade do trabalho.” disse o diretor do Escritório da OIT para o Brasil, Vinícius Pinheiro.
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