A crise no setor elétrico brasileiro é marcada pela junção de três fatores: políticos, econômicos e ambientais. O ano de 2021, foi marcado pela escassez de chuva em boa parte do território nacional. Esses fatores estão diretamente ligados à dificuldade do país em manter o seu padrão de abastecimento de energia, se aproximando da grave crise no setor vivida no ano de 2001.
Segundo dados da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), atualmente, as barragens de 16 usinas estão com menos de 20% do volume total, ou seja, 41% dos 39 reservatórios encontram-se com o armazenamento de água abaixo de um quinto de sua capacidade.
A crise hídrica tem se agravado, e os níveis dos reservatórios apresentam volume útil cada vez mais baixo, causando dificuldade no abastecimento de energia. A crise energética gera consequências como a deterioração da economia e o aumento de custos para o consumidor. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o preço da energia elétrica no Brasil já acumula uma alta de 24,97% apenas em 2021.
Com esse cenário de instabilidade, o governo tem incentivado a população a diminuir o consumo de energia, visando evitar os apagões ou racionamento de energia, que foram comuns no ano de 2001.
A preocupação do governo, atualmente, é justamente com o período de calor, pois é quando a população consome mais energia, devido ao consumo de ventilador e ar condicionado. Com os reservatórios operando em sua baixa capacidade, ocorre um estresse elétrico, ou seja, aumenta a possibilidade de ter apagões.
O sistema de energia elétrica está operando no limite, necessitando que as usinas termelétricas sejam acionadas, para compensar a quantidade menor de energia elétrica gerada pelas hidrelétricas, o que permite distribuir energia de regiões onde a oferta está menos apertada, para aquelas em que a situação está crítica. Além disso, a energia produzida pelas termelétricas é considerada muito cara e poluente, levando impactos negativos tanto para o cenário ambiental, quanto econômico.
Esse tipo de crise não é uma novidade no Brasil, pois é um problema que tem se arrastado há anos e que vem se agravando com a crise climática, somada à falta de investimentos no setor, como também a falta de planejamento por parte do poder público.
Com o aumento dos custos da energia elétrica, quem paga essa conta é o consumidor doméstico, os comerciantes e as indústrias, aumentando consideravelmente o custo de vida do brasileiro, que perde poder de compra, sofre com o desemprego, diminui a capacidade de produção das indústrias, além de afetar o meio ambiente.
Fontes:
Crise energetica no Brasil <https://www.metropoles.com/brasil/crise-energetica-4-em-cada-10-reservatorios-de-hidreletricas-estao-com-nivel-abaixo-de-20> Acesso em 13 de dezembro de 2021.
Os fatores que fazem disparar o risco de apagão no Brasil < bbc.com/portuguese/brasil-58618347 > Acesso em 13 de dezembro de 2021.
Crise energética: 4 em cada 10 reservatórios de hidrelétricas estão com nível abaixo de 20% <https://www.metropoles.com/brasil/crise-energetica-4-em-cada-10-reservatorios-de-hidreletricas-estao-com-nivel-abaixo-de-20> Acesso em 13 de dezembro de 2021.
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